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"Palmas na Santa Missa, pode ou não?"


Isso, baseando-se no seguinte vídeo, onde em diversas línguas, os comentaristas/tradutores do Vaticano pedem aos fiéis presentes na celebração da Santa Missa para não baterem palmas, gritarem, ou agitarem bandeiras para assim, não se perturbar a Ação Litúrgica:


Por diversas vezes, já se falou sobre o tema, como pode ser comprovado, por exemplo, AQUI e AQUI. No entanto, é um tema que muitos fiéis ainda questionam a respeito. 

O fato é que têm circulado em diversos sites, blogs e redes sociais imagens como a seguinte:

É bom ter claro que, enquanto Papa, Bento XVI nunca disse tais palavras, mas, enquanto Decano dos Cardeais e Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em seu livro "Introdução ao espírito da Liturgia", subentendeu-se tal afirmação que, em língua portuguesa, pode ser lida a explicação lógica, histórica, coerente e doutrinal a respeito das palmas durante a Santa Missa, quando trata da dança na Liturgia (grifos e ressalvas entre colchetes nossos):
"A dança não é uma forma de expressão cristã. Já no século III, os círculos gnóstico-docéticos [portanto, uma Heresia!] tentaram introduzi-la na Liturgia. Eles consideravam a crucificação apenas como uma aparência: segundo eles, Cristo nunca abandonou o corpo, porque nunca chegou a encarnar antes da sua paixão; consequentemente, a dança podia ocupar o lugar da Liturgia da Cruz, tendo a cruz sido apenas uma aparência. As danças culturais das diversas religiões são orientadas de maneiras variadas - invocação, magia analógica, êxtase místico; porém, nenhuma dessas formas corresponde à orientação interior da Liturgia do "Sacrifício da Palavra". É totalmente absurdo - na tentativa de tornar a Liturgia "mais atraente" - recorrer a espetáculos de pantomimas de dança - possivelmente com grupos profissionais - que, muitas vezes (e do ponto de vista do seu desígnio com razão), terminam em aplauso. Sempre que haja aplauso pelos atos humanos na Liturgia, é sinal de que a natureza se perdeu inteiramente, tendo sido substituída por diversão de gênero religioso. [...] A Liturgia só pode atrair pessoas olhando para Deus e não para ela própria; deixando-O ingressar e agir."
(RATZINGER, Joseph. Introdução ao espírito da Liturgia. 3ª Edição. Paulinas: Prior Velho, Portugal, 2010. pp. 146 e 147.)

Partindo do que nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, nos números 1362, 1366, 1382, 1409, a Santa Missa é o "Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor", aqui, procuramos demonstrar claramente que as palmas proibidas são aquelas ritmadas para acompanhar músicas.

Na Liturgia, como em tudo, existe o momento certo e adequado para cada coisa acontecer. Este tipo de acompanhamento (palmas) tem seus momentos específicos, como podemos verificar na celebração dos Sacramentos e Sacramentais, dentro da ou fora Missa, de acordo com as rubricas:

No Ritual do Batismo de Crianças:

76. A assembléia pode manifestar sua alegria com uma salva de palmas. A família acolhe o neobatizado com um beijo ou outro gesto de afeição.

No Ritual do Matrimônio:

65. [Após o Consentimento], O sacerdote convida os fiéis para o louvor a Deus, que respondem “Graças a Deus” ou outra fórmula de aclamação. [Palmas].

Introdução Geral: Ordenação de Diácono, Presbítero e Bispo, nº 11:

Compete às Conferências dos Bispos:

a) Definir o modo como a comunidade vai aprovar a escolha dos candidatos, de acordo com o costume da região (na Ordenação de Bispo, nn. 38 e 74; na Ordenação de Presbíteros, nn. 122, 150, 266 e 307; na Ordenação de Diácono, nn. 198, 266, 264 e 305).

Outros momentos oportunos:

·        Na criação de Cardeais, quando o Papa diz o nome do novo Cardeal, a assembleia na basílica costuma-se aplaudir. Também nalgumas celebrações quando antes dos ritos iniciais, o Ordinário do local dirige uma mensagem ao Papa, em geral se conclui com palmas. 

·        Na posse de Párocos, após a Profissão de Fé e Juramento de Fidelidade e após a alocução do novo pároco à comunidade, os fiéis também podem aclamá-lo com as palmas.

E isso, para se ter em conta que se trata de uma regra universal e válida, inclusive para os grupos que se utilizam das expressões corporais como forma de louvor a Deus e que fazem uso de danças e músicas ritmadas com palmas em suas reuniões. Não há problema que eles usem isso em suas reuniões, o problema é tentar adaptar a Liturgia ao seu grupo, como dito no texto do Cardeal Ratzinger.

Tenha-se claro que não se trata também de uma forma intimista ou uma "característica privada" de grupos; Antes, como uma "Lei" serve para coibir e mesmo alertar os fiéis a respeito de atos errôneos e os modos como evitá-los. Para isso servem as leis. E caso sejam infringidas, existem as penas a serem cumpridas, como a acusação durante a confissão sacramental.

Claro que não se pode entrar em méritos ou desméritos relativistas da contemporaneidade de que, "no fim das contas, o que importa é o coração, é o amor..." Sim! Importa sim o amor e o zelo com que toda ação litúrgica se volta para Aquele que é Amor, como sinal de retorno do dom recebido pelo "Deus-Amor."

Nem sempre questões religiosas podem ser respondidas com "pode" ou "não pode", visto que é algo muito simplista; Aqui não se trata apenas de uma restrição, mas de reflexões do Magistério sobre a Eucaristia. Muitas vezes, por detrás de um "não" que a Igreja dá, existe um valor tentando ser preservado. Às vezes um "não" que se dá em um determinado momento é para tentar corrigir situações que estão erradas, até poder dar um "sim" do jeito acertado. Um "não" bem dito, ajuda em um "sim" melhor acolhido posteriormente.

De toda forma, se nem para o Hino Nacional, em termos cívicos, batem-se palmas, como um ato de respeito, o que se dirá na Santa Missa!


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Música e Liturgia



Padre Paulo Ricardo comenta e explica o sentido da Música Litúrgica.



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Encontro de Liturgia em Fátima - BA

Nos reunimos no dia 21 de Abril / 2012 no Salão Paroquial da Paróquia São Francisco de Assis - Fátima - BA. Refletimos nesse encontro sobre A Celebração da Eucaristia a partir dos Ritos - Liturgia da Palavra! Meditamos sobre a importância da Liturgia da Palavra e como bem celebrá-la em nossas comunidades. Vimos ainda o uso do livros Litúrgicos e o seu valor para a nossa espiritualidade.


















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"Stabat Mater dolorosa..."


Diversas  imagens e invocações da Virgem Maria salientam o aspecto de sua dor, ao ver o sofrimento e a morte do Filho. Desde muito cedo iniciou-se a devoção a Nossa Senhora das Dores. Sua imagem recorda as palavras do profeta Simeão, no templo de Jerusalém, na apresentação do Menino: "Uma espada transpassará a tua alma".

Ela contemplou Jesus nos momentos de dor - flagelação e crucifixão - e ela mesma viveu muitas dores: a perseguição de Herodes; a fuga para o Egito; a perda do Filho aos 12 anos, na peregrinação a Jerusalém; a morte e seputamento dele. O povo sofrido e constantemente em contato com as "dores" da vida se identifica enormemente com a Virgem Santíssima. Com ela também se consola e fortalece, pois o sofrimento é caminho para a glorificação!

Stabat Mater (do latim "Estava a Mãe") é uma seqüencia do século XIII, atribuído ao franciscano Frei Jacopone de Todi. O poema começa com as palavras Stabat Mater dolorosa ("estava a Mãe dolorosa"), e fala do sofrimento de Maria, mãe de Jesus, durante a crucificação. Existe também o hino "Stabat Mater speciosa" ("estava a Mãe formosa"), atribuído ao mesmo autor, que contempla as alegrias de Maria junto ao presépio.

O poema foi musicado por muitos compositores, como Antonio Vivaldi, Rossini, Dvořák e Pergolesi, Giovanni Pierluigi da Palestrina, Marc-Antoine Charpentier, Joseph Haydn, Emanuele d'Astorga, Charles Villiers Stanford, Charles Gounod, Krzysztof Penderecki, Francis Poulenc, Karol Szymanowski, Alessandro Scarlatti (1724), Domenico Scarlatti (1715), Pedro de Escobar, František Tüma, Arvo Pärt, Josef Rheinberger, Giuseppe Verdi, Zoltán Kodály, Trond Kverno (1991), Salvador Brotons (2000), Hristo Tsanoff, Bruno Coulais (2005), e mais recentemente Karl Jenkins.

A maioria do que existe escrito sobre o Dolorosa atribui a autoria do hino a Frei Jacopone de Todi, um franciscano que morreu em 1306. A Igreja só aprovou oficialmente seu uso litúrgico em 1727, quando foi incluído no Breviário Romano e no Missal para a Festa das Sete Dores, dividido em Vésperas (Stabat mater dolorosa), Matinas (Sancta Mater, istud agas) e Laudes (Virginum virgo praeclara). Entretanto Georgius Stella, chanceler de Genoa (d. 1420) em seus "Annales Genuenses" diz que ele começou a ser usado pelos Flagellantes em 1388. Em 1399 os Albati e os Bianchi já o cantavam na procissão dos Nove Dias em Provence. Parece que o texto foi roubado da Igreja da Sequência pelos heréticos. Se realmente o hino foi escrito por Frei Jacopone, partiu dos conventos para uso popular diretamente, o que não era comum na época.


O hino já teve como prováveis autores São Gregório Magno (604), São Bernardo de Claraval (1153), Inocêncio III (1216), São Boaventura (1274), Frei Jacopone de Todi (1306), o papa João XXII (1334) e Gregório XI (1378). Destes, os mais prováveis são Inocêncio III e Jacopone. Bento XIV atribui sem dúvida a Inocêncio. Mone e Hurler também fazem essa atribuição. Já Dufield (Latin Hymns Writers and Theyr Hymns) e Mearns in Julian (Dictionary of Hymnology) rejeitam. Gregorovius acha que "o intelecto frio e majestoso do papa" não o tornaria capaz de elaborar um poema com tal doçura e suavidade calorosa. São Tomás de Aquino é quem faz uma referência a um manuscrito do século XIV contendo poemas de Jacopone dentre eles um Stabat. O argumento para Jacopone não é satisfatório.Seus hinos, escritos no dialeto umbriano tornaram-se populares e merecem respeito, mas muitos certamente não são seus (é duvidoso até se ele escreveu algum), ou em todo caso, qualquer coisa melhor que imitações de hinos em latim.

O Concílio de Trento e o Papa Pio VII quiseram abolir seu uso litúrgico, provavelmente devdido à sua popularidade, e de fato em 1570 foi proibido. O Papa Bento XIII em 1727 autorizou seu retorno para a festa das Sete Dores, realizada no dia 15 de Setembro. Este hino ainda hoje é cantado durante a Quaresma, na recitação e meditação da Via Sacra, entre uma estação e outra. Na Liturgia das Horas, está dividido e distribuído para algumas delas.










Stabat Mater dolorosa juxta crucem lacrymosa
Estava a Mãe dolorosa, junto à cruz, lacrimosa,
Dum pendebat Filius.
Da qual pendia o Filho.
Cujus animam gementem, contristatam et dolentem
A espada atravessava
Pertransivit gladius
Sua alma agoniada, entristecida e dolorida.
O quam tristis et afflicta fuit illa benedicta,
Quão triste e aflita estava ali a bendita,
Mater Unigeniti!
Mãe do Unigênito!
Quae moerebat et dolebat et tremebat cum videbat
Quão abatida, sofrida e trêmula via
Nati poenas inclyti.
O sofrimento do Filho divino.
Quis est homo, qui non fleret,
Qual é o vivente que não chora,
Matrem Christi si videret in tanto supplicio?
Vendo a Mãe do Cristo em tamanho suplício?
Quis non posset contristari,
Quem não ficaria triste,
Christi Matrem contemplari dolentem cum Filio?
Contemplando a mãe aflita, padecendo com seu Filho?
Pro peccatis suae gentis vidit Jesum in tormentis
Por culpa de sua gente, ela viu Jesus torturado,
Et flagellis subditum.
Submetido a flagelos.
Vidit suum dulcem natum moriendo desolatum,
Viu o Filho muito amado, morrendo abandonado,
Dum emisit spiritum.
Entregando o seu espírito.
Eja Mater, fons amoris, me sentire vim Doloris
Mãe, fonte de amor, que eu sinta a força da dor
Fac, ut tecum lugeam.
Para poder contigo pranteá-lo.
Fac,ut ardeat cor meum in amando Christum Deum,
Faz arder meu coração devido à partida do Cristo Deus,
Ut sibi complaceam.
Para que o possa agradar.
Sancta Mater, istud agas, crucifix fige plagas
Santa Mãe, dá-me isto: trazer as chagas do Cristo
Cordi meo valide.
Cravadas no coração.
Tui Nati vulnerati, tam dignati pro me pati,
Com teu Filho, que por mim morre assim,
Poenas mecum divide.
Quero o sofrimento partilhar.
Fac me tecum pie flere crucifixo condolere,
Dá-me contigo chorar pelo crucificado
Donec ego vixero.
Enquanto vida eu tiver.
Juxta crucem tecum stare et me tibi sociare,
Junto à cruz quero estar e me juntar
In planctu desidero. 
Ao teu pranto de saudade.
Virgo virginum praeclara, mihi jam non sis amara:
Virgem das virgens radiante, não te amargures:
Fac me tecum plangere.
Dá-me contigo chorar.
Fac, ut portem Christi mortem,
Que a morte de Cristo permita,
Passionis fac consortem
Que de sua paixão eu partilhe,
Et plagas recolere.
E que suas chagas possa venerar.
Fac me plagis vulnerari cruce hac inebriari
Que pelas chagas eu seja atingido e pela Cruz inebriado
Ob amorem Filii.
Pelo amor do Filho.
Inflammatus et ascensus per te Virgo sim defensus
Animado e elevado por ti Virgem, eu seja defendido
In die Judicii
No dia do juízo.
Amém.

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MÉTODO DE LEITURA ORANTE PARA ESCOLHA DE MÚSICAS (quatro passos)

Antes da leitura, é importante nós nos recolhermos, pedir humildemente a ajuda do Espírito Santo. A leitura orante supõe participação na comunidade e nos trabalhos (missão) que ela faz dentro e fora da Igreja.

1º passo: Ler
• Ler e reler o texto (evangelho), baixinho e em voz alta, escutar o texto (alguém está falando!).
• Prestar atenção a cada palavra, às idéias, às imagens.
• Tentar entender o texto (no contexto em que foi escrito).
• Se for possível, recorrer também a ajuda do padre.

2º passo : Meditar
• Repetir o texto ( ou parte dele) com a boca, a mente e o coração: não “engolir” logo o texto, e sim, “mastigar”, “ruminar”, tirando dele todo o seu sabor; não ficar só com as idéias que contém, mas deixar as próprias palavras mostrarem a sua força: aprender de cor (= de coração!) pelo menos uma parte do texto.
• Penetrar dentro do texto, interiorizá-lo; compreender, interpretá-lo a partir de nossa realidade; identificar-nos com ele: perceber como o texto expressa nossas próprias experiências, sentimentos e pensamentos. Principalmente no caso dos evangelhos, estas experiências podem ser entendidas também como se referindo a Jesus Cristo.
Trata-se de atualizar o texto: perceber como o texto acontece hoje, em nossa realidade pessoal, comunitária e social; perceber qual a palavra que o Senhor poderá estar nos dizendo...

3º passo: Orar
• Deixar brotar de dentro do coração, tocado pela Palavra, uma resposta ao Senhor. Como posso ajudar minha comunidade a viver plena e frutuosamente o mistério pascal celebrado.

4º passo: Contemplar
• A Bíblia não usa o verbo contemplar, e, sim, escutar, conhecer, ver. Trata-se de saborear, “curtir” a presença de Deus, o jeito de ele ser e agir, o quanto ele é bom e o quanto faz para nós. Supõe uma entrega total na fé. Passa, necessariamente, pelo conhecimento de Jesus Cristo (“Quem me vê, vê o Pai!”), que se encontra do lado dos pobres.


 ·        SENTIDO LITERAL:
Ler versículo por versículo, entendendo parte por parte.

·        SENTIDO CRISTOLÓGICO:
Quais foram as atitudes de Jesus no evangelho ( ler  também  a primeira leitura, o salmo e segunda leitura).

·        SENTIDO LITÚRGICO:
O que tem a ver com a primeira leitura, segunda leitura e salmo.

·        SENTIDO ESPIRITUAL:
O que este evangelho meditado hoje junto com o Espírito Santo nos traz para a realidade do mundo? Como posso através da musica, fazer minha comunidade a viver plena e frutuosamente este mistério pascal, por meio da música?

Obs.: É importantíssimo estar em consonância com a equipe de celebração, onde a equipe de celebração ( canto, leitores e espaço sagrado )  tenham vivido o mistério pascal a ser celebrado.  Preparar juntos!
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Cantar o Tempo Comum

O Tempo Comum é marcado especialmente pelos Domingos, quando celebramos a presença do Senhor Ressuscitado entre nós, iluminando com seu Espírito a nossa vida e o nosso caminhar rumo à Páscoa eterna. Sem nos deter em aspectos particulares do mistério de Cristo, como no Natal e na Páscoa, procuramos vivê-lo em sua plenitude. O acento forte nos é dado pela “leitura contínua do Evangelho, que nos coloca no seguimento de Jesus Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito dos fins dos tempos.” (Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, 2007, pág. 13).
“Tempo Comum” ou “Durante o ano” ou ainda “cotidiano”, é o tempo que fica entre os dois grandes ciclos da Páscoa e do Natal, e constitui a matriz original do ano litúrgico, celebrando a totalidade do mistério de Cristo. É o período mais longo do ano, constando de 33 ou 34 domingos, distribuídos da festa do Batismo do Senhor até o início da Quaresma; de Pentecostes até o 34º Domingo Comum, festa de Cristo Rei.
Devemos fazer deste um tempo de graça, no hoje da salvação que o Senhor nos oferece, contemplando as palavras, os fatos e gestos realizados pelo Deus-Conosco, escutando e praticando sua Palavra, integrando as situações mais comuns de nossa vida no mistério pascal de Jesus Cristo. É no Tempo Comum do Ano Litúrgico que a Igreja valoriza e dá espaço para as festas do Senhor, da Virgem Maria, dos santos e santas, apóstolos e mártires e tantos outros, nossos padroeiros, que são apelo à santidade, porque deram a vida e o sangue pelo Reino, testemunhas fiéis do Cordeiro, no seguimento radical de Jesus. A referência unificadora é sempre o mistério pascal de Cristo, à luz do qual caminhamos e impregnamos de páscoa a nossa vida cotidiana.

Lembramos também que é na segunda parte do tempo comum, nos meses de agosto, setembro e outubro, são meses dedicados às vocações, a bíblia e missionário, mas tudo isso é um engano! Esses meses são dedicados sim às vocações, à bíblia e as missões, mas como tema pastoral, a serem trabalhados em nossas pastorais e não inseridos dentro da ação litúrgica da missa, nós costumamos erroneamente cantar cantos direcionados a vocações, a bíblia, ou a missões, dentro da celebração nesta época, mas devemos lembrar que estamos no tempo comum, e o que prevalece é o mistério pascal celebrado, toda a direção musical deve estar ligada às leituras bíblicas. Para isso a CNBB lançou o hinário litúrgico, onde as músicas estão direcionadas para este tempo. O hinário litúrgico ( liturgia VI e VII ) estão intimamente ligados a este tempo. No liturgia VI encontra-se canto para o tempo comum ( primeira parte ) antes da quaresma, e o liturgia VII encontra-se cantos para a segunda parte após o ciclo da pascoa, e para ajudar-nos ainda mais existem os cd’s da Paulus com as músicas destas liturgias ( Liturgia VI e VII ).
Lembramos então:
 - Que os cantos sejam litúrgicos, inspirados nas Escrituras e na própria Liturgia, dialogais e orantes, levando em conta a Palavra, o momento ritual, o mistério celebrado;

- Refrãos orantes antes do início da Celebração ajudam a criar clima de silêncio e oração;

- Privilegiem-se as Partes Fixas, o Ordinário da Missa, cantando A liturgia mais que NA liturgia: o Glória, o Santo, as Aclamações, o Amém, o Cordeiro de Deus...

- O Salmo Responsorial deve ser cantado do ambão, porque é Palavra de Deus, segundo melodias indicadas pelos CDs do Hinário Litúrgico e/ou o livro “Cantando os Salmos e Aclamações”, ambos da Paulus. A assembléia deve participar no Refrão;


- O canto da Comunhão retome, na medida do possível, o tema do Evangelho, visando a unidade entre a Mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia;

- Um pequeno ensaio com o povo antes da Celebração é fundamental, para possibilitar o canto da assembléia, que tem sempre a primazia;

- Lembrem-se os ministros do canto: cantamos não para o povo, e sim, com o povo!

UMA BOA SUGESTÃO DE CANTOS PARA O TEMPO COMUM É O LITURGIA IX DO HINÁRIO LITURGICO DA CNBB.

BAIXE AS PARTITURAS EM PDF NO LINK A SEGUIR: http://www.cnbb.org.br/site/component/docman/cat_view/279-hinario-liturgico
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São permitidas músicas protestantes dentro da Santa Missa?



São permitidas músicas protestantes dentro da Santa Missa?







A música executada na celebração da Santa Missa, como tudo que envolve esta celebração –centro da vida do cristão católico – não é qualquer música, portanto, não pode ser escolhida aleatoriamente. A Igreja, ao longos dos seus dois mil anos de História, sempre teve especial atenção aos cânticos e músicas executadas nas mais diversas celebrações, especialmente na Santa Missa. O Catecismo da Igreja Católica dedica os números 1156, 1157 e 1158 a explicar a importância do canto e da música para a liturgia:

”A tradição musical da Igreja universal constitui um tesouro de valor inestimávelque se destaca entre as demais expressões de arte, principalmente porque o canto sacro, ligado às palavras, é parte necessária ou integrante da liturgia solene. (…) O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por estarem intimamente ligadas à ação litúrgica, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembleia nos movimentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis. (…) Todavia, os textos destinados ao canto sacro hão de ser conformes à doutrina católica, sendo até tirados de preferência das Sagradas Escrituras e das fontes litúrgicas.”

Ora, o texto do CIC é bastante claro no sentido de que a Igreja possui a música como patrimônio e este não deve ser jogado fora. Não é possível deixar de lado esse tesouro em detrimento de músicas que estão “na moda”. É preciso perceber que o canto e a música colaboram para que o fiel mergulhe no mistério da celebração e aproxime-se do centro que é Deus. O Papa Bento XVI, em sua exortação apostólica Sacramentum Caritatis é ainda mais objetivo quando diz:
“Na sua história bimilenária, a Igreja criou, e continua a criar, música e cânticos que constituem um patrimônio de fé e amor que não se deve perder. Verdadeiramente, em liturgia, não podemos dizer que tanto vale um cântico como outro; a propósito, é necessário evitar a improvisação genérica ou a introdução de gêneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia.Enquanto elemento litúrgico, o canto deve integrar-se na forma própria da celebração; consequentemente, tudo — no texto, na melodia, na execução — deve corresponder ao sentido do mistério celebrado, às várias partes do rito e aos diferentes tempos litúrgicos. Enfim, embora tendo em conta as distintas orientações e as diferentes e amplamente louváveis tradições, desejo — como foi pedido pelos padres sinodais — que se valorize adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana.”

Assim, percebe-se que a música e o canto não podem ser escolhidos sem critérios, deve-se respeitar o sentido da liturgia, que é adorar a Deus, fazendo memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso sair do antropocentrismo e devolver a Deus, seu lugar no centro da celebração.

De forma prática, necessário se faz considerar ainda que nem todo católico possui formação adequada para perceber eventuais erros teológicos ou mesmo heresias que possam estar inseridas em músicas protestantes. É um mal que pode e deve ser evitado. Seguro, então, é caminhar pela vereda apontada pelo Doce Cristo na Terra, o Papa Bento XVI: preservar o patrimônio de fé e de amor que é a música e o canto sacros, utilizando-os e focando na formação dos músicos, “valorizando adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana”.


Fonte: http://padrepauloricardo.org/episodios/sao-permitidas-musicas-protestantes-dentro-da-santa-missa









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